“Os poderes ter\u00e3o que buscar uma solu\u00e7\u00e3o, se n\u00e3o conseguirem, n\u00f3s teremos que imp\u00f4-la. (General Mour\u00e3o)<\/p>\n

Ser\u00e1 que se pode confiar no Ex\u00e9rcito?
\nEle trabalha 24 horas por dia, 7 dias por semana, todos os dias do m\u00eas, e todos os dias do ano.
\nAl\u00e9m disso, lembre-se que n\u00e3o recebem, FGTS, horas extras, adicionais de periculosidade e insalubridade, e est\u00e3o onde ningu\u00e9m, por bem, quer estar. Mas l\u00e1, \u00e9 onde est\u00e1 o Ex\u00e9rcito Nacional, e porque n\u00e3o dizer: L\u00e1 est\u00e3o as nossas For\u00e7as Armadas.<\/p>\n

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Foi gra\u00e7as \u00e0s nossas For\u00e7as Armadas que o molusco est\u00e1 at\u00e9 o presente momento enjaulado.
\nE vendo desta forma, encontramos os motivos para, por vezes, at\u00e9 mesmo nos sentirmos satisfeitos com tal fa\u00e7anha. Assim, que pelo twitter, encontro o Rodrigo Moller, que disse:
\n“Ideia genial pedir a transfer\u00eancia do Lula para um pres\u00eddio, mostrou para o pa\u00eds inteiro que o STF \u00e9 um puxadinho do PT, rasgaram a constitui\u00e7\u00e3o na cara dura para defender o bandido condenado em v\u00e1rias inst\u00e2ncias.<\/p>\n

E a\u00ed o Rodrigo Moller puxa a hashtag: #STFtraidor<\/p>\n

Enquanto isso, os hospitais continuam sem leitos, as escolas com baixos rendimentos, porque cessaram os investimentos (lembrando que os investimentos n\u00e3o cessaram por causa do Bolsonaro, cessaram por que o apedeuta e sua grande quadrilha, aqui se incluem os membros do STF, saquearam a na\u00e7\u00e3o), os rem\u00e9dios n\u00e3o chegam aos postos de atendimento (n\u00e3o poderiam chegar, rem\u00e9dios caros, dependem da autoriza\u00e7\u00e3o do STF, mas este, n\u00e3o se digna a julgar esses casos, porque d\u00e1 prioridade a problemas como soltura de Barata, de Eike, ou mesmo impedimento da transfer\u00eancia do molusco para um pres\u00eddio a fim de desopilar a m\u00e1quina p\u00fablica. N\u00e3o podemos ignorar que o presidi\u00e1rio Lula custa \u00e0 na\u00e7\u00e3o, algo em torno de R$ 10.000,00 por dia. E tamb\u00e9m n\u00e3o poderiam chegar, porque a agenda \u00e9 exterminar uma parte da popula\u00e7\u00e3o, por isso, encontram-se ambul\u00e2ncia novas apodrecendo, rem\u00e9dios em locais inadequados, apenas esperando o momento de ser jogado no lixo, e por a\u00ed afora).<\/p>\n

Por esse motivo n\u00e3o se espantem, mas no jornal Zona da Mata, tem uma mat\u00e9ria que diz que:
\n“Mineira que lutava para receber rem\u00e9dio de alto custo do Estado morre ap\u00f3s seis anos esperando decis\u00e3o que ainda tramita no STF”. E por essa mat\u00e9ria, nos damos conta de que Alcirene de Oliveira, falecida em 2017, na cidade de Juiz de Fora – MG, precisava de medicamento e procurou a justi\u00e7a, porque era portadora de uma doen\u00e7a renal cr\u00f4nica. O Recurso “extraordin\u00e1rio” que tratava do caso dela estava no STF desde 2011 e at\u00e9 o falecimento da mesma, ainda n\u00e3o tinha previs\u00e3o para ser julgado.<\/p>\n

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E conforme consta do portal do Comando Militar da Amaz\u00f4nia, um v\u00eddeo publicado em 31\/10\/17, nos d\u00e1 conta, – ao contr\u00e1rio do que muitos dizem, que o Ex\u00e9rcito n\u00e3o faz nada, – que desde sempre, o Bra\u00e7o Forte e M\u00e3o Amiga, tem estado conosco, atuando fortemente em todos os setores. Neste caso especialmente, vemos nosso Ex\u00e9rcito Brasileiro, 24 X 7, mobilizando seus meios de Engenharia para a obra na BR-163, conhecida como Rodovia Cuiab\u00e1 – Santar\u00e9m.
\nEssa rodovia que foi projetada para o principal meio de escoamento da produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os do Centro-Oeste do Pa\u00eds, encontra-se com obras avan\u00e7adas de recupera\u00e7\u00e3o por nossa for\u00e7as militares, na pavimenta\u00e7\u00e3o de 65 KM, especialmente no trecho entre Novo Progresso e Moraes de Almeida no Estado do Par\u00e1.
\nLembrando que em 2017 o Comando Militar da Amaz\u00f4nia estava sob a batuta do General Miotto.<\/p>\n

E continuando sempre com for\u00e7a total, vemos a partir de um v\u00eddeo no canal do pr\u00f3prio Ex\u00e9rcito Brasil, publicado em 10\/02\/19, e o alvo \u00e9 a Pavimenta\u00e7\u00e3o da BR 163 executada pelo Ex\u00e9rcito Brasileiro, conforme publica\u00e7\u00e3o em 10\/02\/19.
\nTrata-se da Opera\u00e7\u00e3o Xingu, operacionalizada pelo 8\u00ba BEC – Batalh\u00e3o de Engenharia de Constru\u00e7\u00e3o, onde vemos a Constru\u00e7\u00e3o Rodovi\u00e1ria do Lote 1,4 da BR-163 – PA, do trecho entre MT-PA localizado no C\u00f3rrego XV de Novembro, na Fronteira Brasil \/ Suriname a 600 Km da sede, entre os distritos de Novo Progresso e Igarap\u00e9 do Lauro, em Moraes de Almeida no Par\u00e1.<\/p>\n

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Ent\u00e3o, como se percebe, n\u00e3o podemos achar que nossos valorosos soldados nos teriam abandonado, porque nunca o fizeram, e n\u00e3o seria agora que o fariam.<\/p>\n

Aproveitando no entanto, ouso trazer uma hist\u00f3ria que li, que nos ilustrar\u00e1 muito bem, como \u00e9 que nosso ex\u00e9rcito \u00e9 visto no Brasil e mundo afora.
\nNeste caso, a hist\u00f3ria fala mais claramente de Bolsonaro, mas, para bom entendedor, pingo \u00e9 letra.<\/p>\n

“O presidente Bolsonaro convidou o papa para almo\u00e7ar num barco para desfrutar as belezas do Rio de Janeiro, e o papa aceitou. Durante o almo\u00e7o, uma ventania levou o chap\u00e9u do pont\u00edfice jogando-o na \u00e1gua.
\nA tripula\u00e7\u00e3o e os servi\u00e7os secretos organizavam um barco para ir busc\u00e1-lo, quando o capit\u00e3o interveio, dizendo: “Deixem, rapazes, eu vou buscar.”
\n– Bolsonaro desceu pelo lado da embarca\u00e7\u00e3o, andou sobre a \u00e1gua na dire\u00e7\u00e3o do chap\u00e9u, pegou-o, caminhou de volta sobre a \u00e1gua, subiu e entregou ao papa o seu chap\u00e9u.
\nTodos que estavam presentes ficaram estupefatos e sem palavras. Ningu\u00e9m sabia o que dizer, nem mesmo o papa.
\nMais tarde, NBC, CBS, EL PAIS, LE MONDE, NYT, MSNBC, FOLHA DE SP, GLOBO E GLOBO NEWS e todos os membros da imprensa sabiam como cobrir a hist\u00f3ria. A manchete na not\u00edcia foi a seguinte:
\n“Bolsonaro n\u00e3o sabe nadar!” – (autor desconhecido)<\/p>\n

Posso adiantar a todos, que \u00e9 assim que nossa m\u00eddia v\u00ea e retrata o trabalho de qualquer pessoa s\u00e9ria em nosso Pa\u00eds, fundamentalmente, daqueles que podem fazer algo em prol de uma na\u00e7\u00e3o melhor.<\/p>\n

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Al\u00e9m do acima, encontrei tamb\u00e9m a seguinte nota conjunta do Minist\u00e9rio da Defesa e do Minist\u00e9rio das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores \u2013 Designa\u00e7\u00e3o do Brasil como aliado priorit\u00e1rio extra-OTAN pelo governo dos Estados Unidos da Am\u00e9rica.<\/p>\n

Em Bras\u00edlia, no dia 01\/08\/2019 – O governo brasileiro recebeu com grande satisfa\u00e7\u00e3o a not\u00edcia de sua designa\u00e7\u00e3o como \u201caliado priorit\u00e1rio extra-OTAN\u201d (em ingl\u00eas, Major Non-NATO Ally \u2013 MNNA).<\/p>\n

O status de MNNA, formalizado ontem pelo Presidente do Estados Unidos da Am\u00e9rica, eleva a parceria estrat\u00e9gica com os Estados Unidos a um novo patamar de confian\u00e7a e coopera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A condi\u00e7\u00e3o de MNNA \u00e9 conferida a n\u00famero restrito de pa\u00edses, considerados de interesse estrat\u00e9gico para os EUA, e torna-os eleg\u00edveis para maiores oportunidades de interc\u00e2mbio e assist\u00eancia militar, compra de material de defesa, treinamentos conjuntos e participa\u00e7\u00e3o em projetos.<\/p>\n

A base industrial de defesa brasileira poder\u00e1 ser beneficiada pelo status de MNNA ao integrar-se de forma mais competitiva nas cadeias globais de valor de alta tecnologia do setor. Poder\u00e3o ser discutidas op\u00e7\u00f5es de maior acesso ao mercado norte-americano e a financiamentos para produtos de defesa exportados pelo Brasil, al\u00e9m da participa\u00e7\u00e3o em licita\u00e7\u00f5es e empreendimentos conjuntos.<\/p>\n

Espera-se, ademais, a facilita\u00e7\u00e3o de tr\u00e2mites para a aquisi\u00e7\u00e3o de produtos de alta tecnologia necess\u00e1rios ao avan\u00e7o de programas estrat\u00e9gicos nacionais.<\/p>\n

Os projetos concretos decorrentes do status de MNNA ser\u00e3o negociados e definidos no \u00e2mbito dos mecanismos institucionais existentes de di\u00e1logo, consulta e coordena\u00e7\u00e3o diplom\u00e1tica e militar.<\/p>\n

A coopera\u00e7\u00e3o com os outros membros da OTAN, alguns dos quais tradicionais parceiros estrat\u00e9gicos do Brasil, continuar\u00e1 sendo aprofundada nos respectivos planos bilaterais. – (Fonte: Minist\u00e9rio da Defesa – mat\u00e9ria de: Guilherme Wiltgen)<\/p>\n

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Ent\u00e3o, quando algumas coisas acontecem nesse sentido, de nos engrandecer, sempre teremos os que n\u00e3o t\u00eam vergonha na cara, e ficam enfurecidamente, tentando denegrir o restante do povo.<\/p>\n

E quando a falta de vergonha na cara \u00e9 manifesta, quase mais nada se tem a falar. Nesse momento surgem alguns poucos que se manifestam, e cada um deles a seu tempo e de seus lugares, manifestando seu desassossego.
\nTodo mundo conhece o General de Brigada Paulo Chagas, e faz tempo que acompanha seus pronunciamentos.
\nEste foi mais um dos que sacodem, para quem os tem, o brio e a vergonha na cara: \u201cA Suprema Corte brasileira tem a cara hip\u00f3crita da esquerda fabiano \/ bolivariana que a concebeu em rela\u00e7\u00e3o incestuosa com os corruptos, de todas as cores, homiziados no Senado Federal.\u201d
\nQuem n\u00e3o tem, brio e vergonha na cara, \u00e9 claro que, faz cara de paisagem, como se n\u00e3o estivesse entendendo o recado.<\/p>\n

Como que do nada, aparentemente como voz solit\u00e1ria, surge e reverbera a voz do General da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, e diz, com voz alta e dura que o STF teme e treme, e por esse motivo se volta em defesa ao apedeuta.
\n\u201c\u00c9 hora de mostrarmos nossa revolta com o STF. A Corte Suprema est\u00e1 contaminada por pontuais e nefastas liga\u00e7\u00f5es ou partid\u00e1rias, ou ideol\u00f3gicas, ou fisiol\u00f3gicas, com preju\u00edzo da imparcialidade e, em consequ\u00eancia, com perda de legitimidade.\u201d<\/p>\n

E o General Mour\u00e3o tamb\u00e9m se manifesta: \u201cVergonha do STF \u2026 falta de esp\u00edrito p\u00fablico, covardia moral e falsidade\u201d<\/p>\n

“Ao longo dos \u00faltimos 4 anos, pertenci a um colegiado, o Alto Comando do Ex\u00e9rcito. Composto pelos Oficiais Generais de 4 Estrelas, homens que dedicaram mais de 40 anos de Servi\u00e7o \u00e0 P\u00e1tria. Em todo esse per\u00edodo travamos discuss\u00f5es, debatendo os temas do interesse do Ex\u00e9rcito, mas, acima de tudo, do Brasil. Apesar das diferen\u00e7as de opini\u00e3o, o ponto focal sempre foi o bem do Pa\u00eds. Jamais vi personalismos, discuss\u00f5es delet\u00e9rias, ou ofensas pessoais, pois ali nosso farol era a tr\u00edade Honra, Dever e P\u00e1tria.
\nAo ver o STF, corte maior de nosso Brasil, sinto-me envergonhado pela falta de esp\u00edrito p\u00fablico, pela covardia moral, pela linguagem empolada – destinada a enganar o homem comum -, pelas falsidades e, principalmente, por observar que uns merecem mais que outros ante os olhos daquele colegiado. Fica claro que os que possuem “pertences” jamais cumprir\u00e3o a pena que merecem por haver surrupiado o bem p\u00fablico. Fica o alerta de Soldado. CUIDADO COM A C\u00d3LERA DAS LEGI\u00d5ES !!!! – (General Ant\u00f4nio Hamilton Martins Mour\u00e3o – pronunciamento no in\u00edcio de 2018)<\/p>\n

A contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica \u00e9 a seguinte:<\/p>\n

Caio J\u00falio Cesar analisando os acontecimentos, teria dito:
\n“A Rep\u00fablica agoniza. O dinheiro, a libertinagem, os costumes gregos corrompem os cidad\u00e3os.
\nA plebe vive da esmola que lhe d\u00e3o a cada m\u00eas. Se n\u00e3o receber a parte do trigo que calcula lhe devem, insurge-se. Mas os magistrados eleitos, os questores, tribunos, pretores e c\u00f4nsules s\u00e3o ainda piores que os pobres cidad\u00e3os. Compram os votos; vendem a si mesmos” – (Caio J\u00falio C\u00e9sar)<\/p>\n

E, em 20 DC, Marcus Flavinius, um Centuri\u00e3o da Segunda Coorte da Legi\u00e3o Augusta, escreve o seguinte, a seu primo Tertulius em Roma:
\n“Apresse-se em acalmar-me – \u00e9 o que pe\u00e7o – e diga-me que nossos amigos cidad\u00e3os nos entendem, apoiam-nos e nos protegem, como estamos protegendo a gl\u00f3ria do Imp\u00e9rio.
\nSe for de outra forma, se tivermos que deixar nossos alvos ossos em v\u00e3o, nestas areias desertas, ent\u00e3o tomem cuidado com a c\u00f3lera das legi\u00f5es.”<\/p>\n

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Bem, como nem tudo o que reluz \u00e9 ouro, assim tamb\u00e9m, nem tudo o que balan\u00e7a cai, no entanto o homem continua sendo um perfeito parvo, entendendo apenas o que, e quando lhe conv\u00e9m.
\nDessa forma \u00e9 que o STF e os demais poderes da Rep\u00fablica, ainda n\u00e3o entenderam os riscos que corre a nossa t\u00e3o combalida Rep\u00fablica Federativa.
\nAssim que, por conta dos desmandos, o Alto Comando do Ex\u00e9rcito, manifesta de in\u00fameras formas o seu descontentamento com os acontecimentos envolvendo as demais casas que comp\u00f5em o poder nacional.
\nSe STF, Senado e C\u00e2mara, fossem compostos por homens de ju\u00edzo e de valor, seria natural que j\u00e1 tivessem percebido o descontentamento, e, talvez at\u00e9 j\u00e1 estivessem se recompondo de tanta orgia. Mas como se trata de casas onde a pouca vergonha reina absoluta, \u00e9 natural que o bom senso passe ao largo, silencioso e desenxabido.
\nE para piorar a situa\u00e7\u00e3o dessas casas, existe a m\u00eddia que at\u00e9 traz a informa\u00e7\u00e3o que poderia salvar a lavoura, por\u00e9m, ela pinta essa informa\u00e7\u00e3o com a colora\u00e7\u00e3o da contra-informa\u00e7\u00e3o, e assim consegue que tudo permane\u00e7a “como dantes no quartel de Abrantes”. Para que se entenda melhor os acontecimentos, temos que voltar um bocado atr\u00e1s:<\/p>\n

Em 09\/2015 o ent\u00e3o, rec\u00e9m empossado (05\/02\/2015 a 11\/01\/2019), comandante geral do Ex\u00e9rcito, General Eduardo Dias da Costa Villas B\u00f4as, faz um pronunciamento no Senado Federal em tom forte, firme e que j\u00e1 prenunciava o que viria a se desenrolar nos anos seguintes:<\/p>\n

“O nosso Pa\u00eds est\u00e1 absolutamente maduro, as institui\u00e7\u00f5es funcionando perfeitamente bem, com seus espa\u00e7os de atua\u00e7\u00e3o definidos, com um sistema de freios e contra-pesos, que dispensa a sociedade de ser tutelada.”
\n“A quest\u00e3o da viol\u00eancia, senador Tasso Jereissatti, os nossos indicadores s\u00e3o estarrecedores. Morrem assassinados por ano no Brasil, 55 mil pessoas; s\u00e3o estupradas por dia no Brasil, 100 mulheres; desaparecem por ano no Brasil, 200 mil pessoas, destas, 20 mil n\u00e3o reaparecem. Ent\u00e3o, nenhum conflito no mundo, cobra um \u00edndice t\u00e3o grande de perdas humanas. Eu vou ser franco, eu n\u00e3o entendo a passividade nossa, do Brasil como um todo. A popula\u00e7\u00e3o em geral, e n\u00f3s autoridades diante disso. As pessoas que morrem por ano no Brasil, \u00e9 muito superior, \u00e0s pessoas que est\u00e3o se refugiando l\u00e1 no Oriente M\u00e9dio.
\nA pergunta \u00e9: At\u00e9 quando n\u00f3s vamos permitir que isso aconte\u00e7a. Ent\u00e3o, junto com a quest\u00e3o do narco-tr\u00e1fico, que est\u00e3o intimamente relacionadas, eu acho que \u00e9 um tema que n\u00f3s temos que abordar de formas diferentes, com outras abordagens, e com mais intensidade, com uma vis\u00e3o integrada, sist\u00eamica, porque nossa gente n\u00e3o merece isso.” – (pequeno trecho do debate sobre situa\u00e7\u00e3o dos projetos estrat\u00e9gicos das For\u00e7as Armadas no Senado com o General Villas Boas em 26\/09\/2015)<\/p>\n

Curiosamente em 09\/2017, \u00e9 a vez do General Ant\u00f4nio Hamilton Martins Mour\u00e3o, com o qual ser\u00edamos injustos e faltosos se deix\u00e1ssemos de nos lembrar o que foi dito naquela Loja Ma\u00e7\u00f4nica em Bras\u00edlia – DF:<\/p>\n

“o Ex\u00e9rcito hoje trabalha como numa t\u00e1bua de logaritmos, com aproxima\u00e7\u00f5es sucessivas, para analisar a conjuntura do pa\u00eds”
\n\u201cAt\u00e9 chegar o momento em que ou as institui\u00e7\u00f5es solucionam o problema pol\u00edtico, pela a\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio, retirando da vida p\u00fablica esses elementos envolvidos em todos os il\u00edcitos ou ent\u00e3o n\u00f3s teremos que impor isso\u201d<\/p>\n

Pois ent\u00e3o, em virtude disso, nossas For\u00e7as Armadas por in\u00fameras vezes fazem, como sempre fizeram, reuni\u00f5es, e isso costuma deixar a molecada com um aperto que em algumas ocasi\u00f5es, acaba por faltar banheiro para a corja.
\nFoi assim que analisaram que uma das tantas reuni\u00f5es n\u00e3o se tratava de um ensaio para se tramar um golpe militar, mas confirmam que o que os motivou a realizar o encontro foi a preocupa\u00e7\u00e3o com o ritmo acelerado da deteriora\u00e7\u00e3o do quadro pol\u00edtico brasileiro. E, sim, deixam claro que, se houver necessidade, estar\u00e3o prontos \u201cpara uma interven\u00e7\u00e3o com o objetivo de colocar ordem na casa\u201d.
\nEssa foi a conclus\u00e3o tirada em uma das muitas, como j\u00e1 disse acima, das reuni\u00f5es do alto comando.
\nLembremo-nos, que quem tem … tem medo, e portanto, se um oficial, falar um pouco mais alto, a cachorrada sai correndo em v\u00e1rias dire\u00e7\u00f5es e sem rumo certo.<\/p>\n

E foi assim que naquela reuni\u00e3o, a despeito de ainda ser inverno, o ent\u00e3o Comandante do Ex\u00e9rcito, general Eduardo Villas B\u00f4as, fazia a abertura formal da 314\u00aa reuni\u00e3o do Alto Comando do Ex\u00e9rcito, realizada no Quartel General do Ex\u00e9rcito, em Bras\u00edlia. O encontro, de cinco dias de dura\u00e7\u00e3o, foi convocado para discutir os problemas que afligem os militares, entre os quais, a crise pol\u00edtica do Pa\u00eds e a falta de recursos para manter soldados nas casernas e garantir as atividades b\u00e1sicas da for\u00e7a, alvo de um significativo contingenciamento de verbas do governo federal. Os generais que comandam as tropas nas principais unidades do Ex\u00e9rcito demonstravam inquieta\u00e7\u00e3o. Sentiam a necessidade de se posicionar sobre a corrup\u00e7\u00e3o e a barafunda reinante nos poderes da Rep\u00fablica. Mas a pauta, por assim dizer, foi extrapolada, ultrapassando as fronteiras do razo\u00e1vel.<\/p>\n

Na surdina, a c\u00fapula do Ex\u00e9rcito p\u00f4s em debate ali o que o general Antonio Hamilton Martins Mour\u00e3o ecoaria dias depois, mais precisamente na sexta-feira 15, durante um evento da Loja Ma\u00e7\u00f4nica Grande Oriente: uma eventual necessidade de uma interven\u00e7\u00e3o militar no Pa\u00eds, \u201cdiante da crise \u00e9tica e pol\u00edtico-institucional\u201d. Ou seja, Mour\u00e3o n\u00e3o falava sozinho nem havia cometido um arroubo imprevidente, quando defendeu a solu\u00e7\u00e3o radical tornada p\u00fablica na \u00faltima semana. Ele entabulou um discurso, com tintas golpistas, respaldado por um encontro pr\u00e9vio do Alto Comando do Ex\u00e9rcito. N\u00e3o se trata de um foro qualquer. O colegiado \u00e9 o respons\u00e1vel pelas principais decis\u00f5es do Ex\u00e9rcito. Estavam presentes 16 generais quatro estrelas, entre eles Fernando Azevedo e Silva, chefe do Estado-Maior e Comandante Militar do Leste, cotado para substituir Villas B\u00f4as, prestes a encerrar seu ciclo no comando do Ex\u00e9rcito. Compareceram tamb\u00e9m os demais seis comandantes militares, entre os quais o da Amaz\u00f4nia, general Antonio Miotto, e o do Sul, general Edson Leal Pujol.
\nAo inv\u00e9s de punir o general Mour\u00e3o, o Comandante do Ex\u00e9rcito elogiou o colega: \u201cGrande soldado\u201d.<\/p>\n

Foi munido desse esp\u00edrito que Mour\u00e3o desembarcou na ma\u00e7onaria. O encontro teve in\u00edcio \u00e0s 20h de sexta-feira 15. L\u00e1, ele disparou a metralhadora girat\u00f3ria sem maior cerim\u00f4nia. Disse que seus \u201ccompanheiros do Alto Comando do Ex\u00e9rcito entendiam que uma interven\u00e7\u00e3o militar poder\u00e1 ser adotada se o Judici\u00e1rio n\u00e3o solucionar o problema pol\u00edtico\u201d, referindo-se \u00e0 corrup\u00e7\u00e3o. Pediu a \u201cretirada da vida p\u00fablica desses elementos envolvidos em todos os il\u00edcitos\u201d e advertiu que \u201cvai chegar um momento em que os militares ter\u00e3o que impor isso (a interven\u00e7\u00e3o militar na pol\u00edtica)\u201d. E, por fim, acrescentou: \u201cO que interessa \u00e9 termos a consci\u00eancia tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Ent\u00e3o, se tiver que haver, haver\u00e1 (a\u00e7\u00e3o militar)\u201d, pregou Mour\u00e3o.<\/p>\n

A fala do general provocou o maior alvoro\u00e7o no Pa\u00eds. E durante uma entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, Villas B\u00f4as foi taxativo: \u201cPuni\u00e7\u00e3o n\u00e3o vai haver. Essa quest\u00e3o j\u00e1 est\u00e1 resolvida internamente\u201d, disse o comandante, acrescentando: \u201cA maneira como Mour\u00e3o se expressou deu margem a interpreta\u00e7\u00f5es amplas, mas ele inicia a fala dizendo que segue as diretrizes do comandante\u201d. E falou de Mour\u00e3o \u201cum grande soldado, uma figura fant\u00e1stica\u201d.
\nFalando mais: \u201ca Constitui\u00e7\u00e3o concede \u00e0s For\u00e7as Armadas um mandato para intervir se houver no Pa\u00eds a imin\u00eancia de um caos\u201d.<\/p>\n

Mero formalismo. Embora n\u00e3o lidere nenhum movimento de insurrei\u00e7\u00e3o militar, o general Mour\u00e3o conta com amplo apoio n\u00e3o s\u00f3 do comando do Ex\u00e9rcito, como da tropa. No in\u00edcio da semana, o coronel Muniz Costa distribuiu para um grupo de companheiros de farda uma carta sob o t\u00edtulo \u201cDo que falou o General\u201d. Nela, promoveu uma contundente defesa do general: \u201cQuando um general de quatro estrelas afirma que o Ex\u00e9rcito tem planejamentos para atuar na eventualidade de uma fal\u00eancia das institui\u00e7\u00f5es nacionais, num momento que o Pa\u00eds enfrenta a mais grave crise em mais de cinquenta anos, as cassandras do \u2018pseudolegalismo\u2019 se agitam\u201d, afirmou. O primeiro comandante da For\u00e7a de Paz no Haiti (2004), general da reserva Augusto Heleno, seguiu na mesma toada.\u201cMeu apoio irrestrito ao respeitado chefe militar (Mour\u00e3o). \u00c9 preocupante o descaramento de alguns pol\u00edticos, integrantes da quadrilha que derreteu o Pa\u00eds, cobrando provid\u00eancias contra um cidad\u00e3o de reputa\u00e7\u00e3o intoc\u00e1vel\u201d. Outro que demonstrou estar no mesmo compasso de Mour\u00e3o foi o general de Brigada Paulo Chagas. A seu grupo de amigos nas redes sociais afirmou que num cen\u00e1rio de um caos total, os militares n\u00e3o poderiam ficar \u201cinertes aguardando ordens\u201d. O presidente da Associa\u00e7\u00e3o de Oficiais da Reserva do Distrito Federal, o tenente R\u00f4mulo Nogueira, foi al\u00e9m, ao divagar sobre uma eventual queda de Temer. \u201cQuem assume? O rapazinho l\u00e1, n\u00e3o sei o qu\u00ea Maia. Ser\u00e1 que ele teria pulso forte para dar uma ordem? Num clamor, numa desordem, algu\u00e9m tem de tomar conta da casa\u201d.<\/p>\n

Em 2015, Mour\u00e3o foi afastado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, depois de tecer cr\u00edticas \u00e0 ent\u00e3o presidente Dilma, dizendo que seu governo era corrupto e incompetente – o que n\u00e3o constitu\u00eda uma mentira, por \u00f3bvio. Mour\u00e3o foi transferido para Bras\u00edlia, onde assumiu o cargo de Secret\u00e1rio de Finan\u00e7as do Ex\u00e9rcito, uma das mais importantes na for\u00e7a. Por esse motivo, logo ap\u00f3s seu pronunciamento na Loja Ma\u00e7\u00f4nica, surgiram os desencontros, todo mundo ficou nervoso. O general Mour\u00e3o perderia o cargo e seria preso por pregar uma interven\u00e7\u00e3o militar no Pa\u00eds? Seria repreendido? Nem uma coisa, nem outra.<\/p>\n

(ap. Ely Silmar Vidal – Te\u00f3logo, Psicanalista, Jornalista e presidente do CIEP – Clube de Imprensa Estado do Paran\u00e1)<\/p>\n

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