Das muitas coisas
\nDo meu tempo de crian\u00e7a
\nGuardo vivo na lembran\u00e7a
\nO aconchego de meu lar
\nNo fim da tarde
\nQuando tudo se aquietava
\nA fam\u00edlia se ajeitava
\nL\u00e1 no alpendre a conversar
\nMeus pais n\u00e3o tinham
\nNem escola, nem dinheiro
\nTodo dia, o ano inteiro
\nTrabalhavam sem parar
\nFaltava tudo
\nMas a gente nem ligava
\nO importante n\u00e3o faltava
\nSeu sorriso, seu olhar
\nEu tantas vezes
\nVi meu pai chegar cansado
\nMas aquilo era sagrado
\nUm por um ele afagava
\nE perguntava
\nQuem fizera estrepolia
\nE mam\u00e3e nos defendia
\nTudo aos poucos se ajeitava
\nO sol se punha
\nA viola algu\u00e9m trazia
\nTodo mundo ent\u00e3o pedia
\nPro papai cantar com a gente
\nDesafinado
\nMeio rouco e voz cansada
\nEle cantava mil toadas
\nSeu olhar ao sol poente
\nPassou o tempo
\nHoje eu vejo a maravilha
\nDe se ter uma fam\u00edlia
\nQuando tantos n\u00e3o a tem
\nAgora falam
\nDo desquite e do div\u00f3rcio
\nO amor virou cons\u00f3rcio
\nCompromisso de ningu\u00e9m
\nE h\u00e1 tantos filhos
\nQue bem mais do que um pal\u00e1cio
\nGostariam de um abra\u00e7o
\nE do carinho entre seus pais
\nSe os pais amassem
\nO div\u00f3rcio n\u00e3o viria
\nChamam a isso de utopia
\nEu a isso chamo paz<\/p>\n

(Padre Zezinho – do \u00e1lbum: Um Certo Galileu, Volume 1 – 1975)<\/p>\n

(ap. Ely Silmar Vidal – Te\u00f3logo, Psicanalista, Jornalista e presidente do CIEP – Clube de Imprensa Estado do Paran\u00e1)<\/p>\n

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Mensagem 250319 – Utopia – (imagens da internet)<\/p>\n

Que o Esp\u00edrito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irm\u00e3os, por isso contamos contigo.<\/p>\n

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