Relato de Pierre San Mart\u00edn (ex-prisioneiro)<\/p>\n

Aconteceu durante os \u00faltimos dias de dezembro de 1959. Na escurid\u00e3o da min\u00fascula cela, dezesseis de n\u00f3s dormiam no ch\u00e3o, enquanto outros dezesseis ficavam de p\u00e9, para que ent\u00e3o pudessem descansar. Mas ningu\u00e9m pensava nisso. Pens\u00e1vamos somente no fato de estarmos vivos e que isso era o mais importante. Viv\u00edamos hora por hora, minuto por minuto, sabendo que qualquer segundo poderia ser o \u00faltimo.<\/p>\n

Certa manh\u00e3, quando o som o horripilante daquela porta de a\u00e7o enferrujada que enquanto abria nos p\u00f4s de p\u00e9, os guardas do Che empurravam um novo prisioneiro para dentro da cela. Era um menino com no m\u00e1ximo uns 12 ou 14 anos. Seu rosto estava manchado de sangue. ‘O que voc\u00ea fez?’, perguntamos-lhe, horrorizados.
\n“Tentei defender o meu pai”, balbuciou o menino sujo de sangue. “Mas eles o mandaram para o pared\u00e3o!”.<\/p>\n

Todos se entreolharam como se para encontrar as palavras certas, a fim de consolar o garoto, mas n\u00e3o as encontramos. Est\u00e1vamos cheios dos nossos pr\u00f3prios problemas. Havia dois ou tr\u00eas dias que n\u00e3o executavam ningu\u00e9m, e t\u00ednhamos cada vez mais esperan\u00e7a de que aquilo chegaria ao fim. As execu\u00e7\u00f5es s\u00e3o cru\u00e9is, tomam-lhe a vida quando voc\u00ea mais precisa dela para si e para outrem, sem levar em considera\u00e7\u00e3o seus protestos ou anseios de vida.<\/p>\n

Nossa alegria n\u00e3o durou muito. Quando a porta se abriu, chamaram dez detentos para fora, entre eles o menino que acabara de entrar. Est\u00e1vamos errados, pois aqueles que eram chamados nunca mais eram vistos. Como \u00e9 poss\u00edvel tirar a vida de uma crian\u00e7a dessa forma?
\nSeria poss\u00edvel estarmos equivocados e fossem nos soltar?
\nPr\u00f3ximo do sangrento pavilh\u00e3o onde conduziam as execu\u00e7\u00f5es, com as m\u00e3os na cintura, um homem perambulava de um lado para o outro: o abomin\u00e1vel Che Guevara!
\nO Che deu a ordem para primeiro trazer a crian\u00e7a e cuspiu suas ordens no menino: ‘Ajoelhe!’.<\/p>\n

N\u00f3s todos grit\u00e1vamos de nossa cela para que ele n\u00e3o cometesse esse crime e nos oferecemos a n\u00f3s mesmos em seu lugar. O garoto o desobedeceu com uma coragem inexprim\u00edvel em palavras e lhe respondeu com esta infame afronta:
\n“Se voc\u00eas v\u00e3o me matar”, disse ele, “ter\u00e3o de faz\u00ea-lo enquanto ainda estou de p\u00e9. Homens morrem de p\u00e9!”.<\/p>\n

Che posicionou-se atr\u00e1s do menino e sussurrou:
\n“Ent\u00e3o voc\u00ea \u00e9 um rapaz corajoso…”.
\nVimos Guevara sacar sua pistola. Ele encostou o cano atr\u00e1s do pesco\u00e7o do menino e disparou. O tiro quase arrancou sua cabe\u00e7a.<\/p>\n

N\u00f3s nos inflamos:
\n“Assassinos, covardes miser\u00e1veis!”.
\nChe finalmente olhou para cima, em nossa dire\u00e7\u00e3o, apontou-nos o rev\u00f3lver e esvaziou o pente. N\u00e3o sei quantos de n\u00f3s foram mortos ou feridos. A partir desse horr\u00edvel pesadelo, do qual jamais conseguiremos despertar, embora feridos e na cl\u00ednica universit\u00e1ria do hospital Calixto Garcia, uma coisa ficou clara: a \u00fanica regra do jogo era escapar, a nossa \u00fanica esperan\u00e7a de sobreviv\u00eancia. –
\nNotas
\nO artigo acima do ex-prisioneiro Pierre San Mart\u00edn foi originalmente publicado em El Nuevo Herald, 28 de dezembro de 1997 e pode ser encontrado na Revista Autogesti\u00f3n, n\u00b0 61, 28\/12\/2005..<\/p>\n

O relato aqui traduzido tamb\u00e9m pode ser encontrado no livro de Humberto Fontova, O Verdadeiro Che Guevara e os Idiotas \u00dateis que o Idolatram, Realiza\u00e7\u00f5es Editora, S\u00e3o Paulo, 2009, p\u00e1ginas 125-6. Dispon\u00edvel nos sites:
\ntrenblindado – (ingl\u00eas)
\ncubaeuropa – (espanhol)
\nCita\u00e7\u00f5es
\nBRAVO, Marcos. La Otra Cara Del Che. 1. ed. Bogota: Editorial Solar, 2004. ORTEGA, Luis. Yo Soy El Che!. Mexico: Ediciones Monroy-Padilla, 1970.<\/p>\n

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Bem, como podemos ver pelo texto abaixo, o PCC – Primeiro Comando da Capital pela sua alta lideran\u00e7a, determina a partir das 21 horas de hoje dia 16\/02\/19, est\u00e1 determinada a guerra, contra a m\u00eddia, a pol\u00edcia e o governo, como eles especificam, uma guerra contra a opress\u00e3o do governo.
\nEles alegam uma persegui\u00e7\u00e3o, que sob a \u00f3tica deles, at\u00e9 pode ser considerada injusta. Para n\u00f3s cidad\u00e3os de bem, e que compomos os quadros de uma sociedade que pleiteamos como justa ao cidad\u00e3o de bem, o que eles v\u00eam como persegui\u00e7\u00e3o, n\u00f3s vemos como atitude correta que qualquer sociedade deveria tomar contra o crime organizado.
\nEles se d\u00e3o ao direito de determinar a voc\u00ea, cidad\u00e3o que trabalha e que com seu trabalho sustenta a sociedade, que n\u00e3o fique na rua ap\u00f3s as 21 horas, de s\u00e1bado, para como eles dizem, “n\u00e3o virar estat\u00edstica”.<\/p>\n

Salve Geral (toque de recolher) as 21:00 a partir de s\u00e1bado! Primeiro Comando da Capital (PCC)
\nViemos atrav\u00e9s deste comunicar a popula\u00e7\u00e3o do estado de S\u00e3o Paulo que estaremos em guerra contra a opress\u00e3o do governo com nosso irm\u00e3o Marcola, n\u00e3o iremos aceitar a transfer\u00eancia do nosso irm\u00e3o, vamos tocar fogo no estado, nossa guerra ser\u00e1 contra a m\u00eddia a pol\u00edcia e governo, n\u00e3o fica moscando na rua pra vc n\u00e3o ser estat\u00edstica!!
\nVamos reivindicar o direito do nosso irm\u00e3o Marcola, n\u00e3o \u00e9 justo essa opress\u00e3o, de transfer\u00eancia do nosso l\u00edder! S\u00e1bado a partir das 21:00 \u00e9 guerra, aten\u00e7\u00e3o popula\u00e7\u00e3o!<\/p>\n

(ap. Ely Silmar Vidal – Te\u00f3logo, Psicanalista, Jornalista e presidente do CIEP – Clube de Imprensa Estado do Paran\u00e1)<\/p>\n

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Mensagem 010119 – Como Che Guevara matou uma crian\u00e7a – (imagens da internet)<\/p>\n

Que o Esp\u00edrito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irm\u00e3os, por isso contamos contigo.<\/p>\n

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