Em 1\u00ba de Mar\u00e7o de 1845, Caxias, ent\u00e3o vencedor da Guerra dos Farrapos, celebrou a Paz de Ponche Verde. A conclama\u00e7\u00e3o final sintetizava seu esp\u00edrito pacificador: \u201cAbracemo-nos e unamo-nos, n\u00e3o peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da P\u00e1tria, que \u00e9 a nossa m\u00e3e comum\u201d, mostrando que somente a supera\u00e7\u00e3o dos antigos e injustific\u00e1veis antagonismos abriria caminho para a constru\u00e7\u00e3o de um futuro grandioso.<\/p>\n

Ao celebrarmos 215 anos de seu nascimento, nunca foi t\u00e3o importante ao Brasil enaltecer as qualidades desse brasileiro exemplar.<\/p>\n

Os herdeiros de Caxias t\u00eam se superado, diariamente, para honrar seu legado, ao atuar, de forma an\u00f4nima e abnegada, em benef\u00edcio da popula\u00e7\u00e3o, onde e quando for preciso.<\/p>\n

Hoje, passados dois s\u00e9culos de seu batismo de fogo, o esp\u00edrito pacificador de Caxias, mais do que nunca, faz-se necess\u00e1rio ao Brasil.<\/p>\n

Vivemos uma era de conflitos e incertezas, na qual os individualismos se exacerbaram e o bem comum foi relegado a segundo plano.<\/p>\n

Perdemos a disciplina social, a no\u00e7\u00e3o de autoridade e o respeito \u00e0s tradi\u00e7\u00f5es e aos valores, o que nos tornou uma sociedade ideologizada, intolerante e fragmentada. Estamos nos infelicitando, diminuindo nossa autoestima e alterando nossa identidade.<\/p>\n

Somos um grande pa\u00eds, que n\u00e3o consegue vislumbrar um projeto para o seu futuro, nem, tampouco, identificar qual o papel a exercer no concerto das na\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Para superar tantos desafios, tornou-se frequente o emprego das For\u00e7as Armadas em miss\u00f5es variadas, como as de garantia da lei e da ordem, atendendo prontamente ao chamado de diversas Unidades da Federa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Atuamos no Rio Grande do Norte, no Esp\u00edrito Santo e, particularmente, no Rio de Janeiro, onde a popula\u00e7\u00e3o alarmada deposita esperan\u00e7as em uma interven\u00e7\u00e3o que muitos, erroneamente, pensam ser militar.<\/p>\n

Passados seis meses, apesar do trabalho intenso de seus respons\u00e1veis, da aprova\u00e7\u00e3o do povo e de estat\u00edsticas que demonstram a diminui\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis de criminalidade, o componente militar \u00e9, aparentemente, o \u00fanico a engajar-se na miss\u00e3o.<\/p>\n

Exigem-se solu\u00e7\u00f5es de curto prazo, contudo, nenhum outro setor dos governos locais empenhou-se, com base em medidas socioecon\u00f4micas, para modificar os baixos \u00edndices de desenvolvimento humano, o que mant\u00e9m o ambiente prop\u00edcio \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o da viol\u00eancia.<\/p>\n

Apesar de admitirmos que as leis vigentes devam ser modificadas com urg\u00eancia, continuamos a proceder com naturalidade em face \u00e0 barb\u00e1rie de perder mais de 63.000 vidas por ano.<\/p>\n

Enquanto isso, h\u00e1 soldados nas fronteiras, ainda que lhes faltem recursos para uma eficaz e r\u00e1pida atua\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

H\u00e1 soldados em Pacaraima, porta de entrada da Venezuela para o Brasil, tentando minimizar uma trag\u00e9dia humanit\u00e1ria, que est\u00e1 sendo acompanhada com preocupa\u00e7\u00e3o pela comunidade internacional.<\/p>\n

H\u00e1 soldados distribuindo \u00e1gua no semi\u00e1rido nordestino h\u00e1 mais de 15 anos.<\/p>\n

H\u00e1 soldados trabalhando na nossa infraestrutura, na distribui\u00e7\u00e3o de vacinas, e na garantia da vota\u00e7\u00e3o e apura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Soldados foram chamados para vistoriar pres\u00eddios e superar a grave crise de abastecimento, s\u00f3 contornadas gra\u00e7as ao esp\u00edrito conciliador que trazem dentro de si.<\/p>\n

Vivemos tempos at\u00edpicos. Valorizamos a perda das vidas de uns em detrimento das de outros. H\u00e1 quatro dias, durante opera\u00e7\u00f5es no Rio de Janeiro, perdemos o cabo Fabiano de Oliveira Santos e o soldado Marcus Vin\u00edcius Viana Ribeiro, ambos do 2\u00ba Batalh\u00e3o de Infantaria Motorizado, al\u00e9m do soldado Jo\u00e3o Viktor da Silva, do 25\u00ba Batalh\u00e3o de Infantaria Paraquedista. Suas mortes tiveram repercuss\u00e3o restrita, que nem de longe atingiram a indigna\u00e7\u00e3o ou a consterna\u00e7\u00e3o condizente com os her\u00f3is que honraram seus compromissos de defender a P\u00e1tria e proteger a sociedade.<\/p>\n

Como eles, h\u00e1 soldados das tr\u00eas For\u00e7as Armadas que t\u00eam sacrificado suas vidas para que o futuro do Brasil seja diferente. \u00c9 chegada a hora de dizer basta ao diversionismo, \u00e0 radicaliza\u00e7\u00e3o retr\u00f3grada e \u00e0 fragmenta\u00e7\u00e3o social.<\/p>\n

Urge retomar o esp\u00edrito pacificador de Caxias, que soube, respeitando as diferen\u00e7as, encontrar um caminho de sinergia e de coes\u00e3o para o Pa\u00eds.<\/p>\n

Meus comandados!<\/p>\n

\u00c9 preciso que busquemos a uni\u00e3o, com esp\u00edrito p\u00fablico, sacrif\u00edcio e \u00e9tica.<\/p>\n

O Brasil tem pressa para reencontrar sua identidade.<\/p>\n

Que as in\u00fameras virtudes do \u201cDuque de Ferro\u201d nos sirvam de inspira\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Que nessa hora, coberta de d\u00favidas, sejamos corajosos para nos despojarmos daquilo que nos desagrega.<\/p>\n

N\u00f3s, soldados da P\u00e1tria, n\u00e3o podemos temer. O Brasil e os brasileiros ser\u00e3o sempre a nossa servid\u00e3o.<\/p>\n

Gen Ex Eduardo Villas Boas – Comandante do Ex\u00e9rcito Brasileiro – 25\/08\/2018<\/p>\n

(ap. Ely Silmar Vidal – Te\u00f3logo, Psicanalista, Jornalista e presidente do CIEP – Clube de Imprensa Estado do Paran\u00e1)<\/p>\n

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Mensagem 250818 – Militares a servi\u00e7o do Brasil, porque essa \u00e9 a fun\u00e7\u00e3o militar – (imagens da internet)<\/p>\n

Que o Esp\u00edrito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irm\u00e3os, por isso contamos contigo.<\/p>\n

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