Sinto vergonha de mim
\npor ter sido educador de parte deste povo,
\npor ter batalhado sempre pela justi\u00e7a,
\npor compactuar com a honestidade,
\npor primar pela verdade
\ne por ver este povo j\u00e1 chamado varonil
\nenveredar pelo caminho da desonra.
\nSinto vergonha de mim
\npor ter feito parte de uma era
\nque lutou pela democracia,
\npela liberdade de ser
\ne ter que entregar aos meus filhos,
\nsimples e abominavelmente,
\na derrota das virtudes pelos v\u00edcios,
\na aus\u00eancia da sensatez
\nno julgamento da verdade,
\na neglig\u00eancia com a fam\u00edlia,
\nc\u00e9lula-Mater da sociedade,
\na demasiada preocupa\u00e7\u00e3o
\ncom o \u2018eu\u2019 feliz a qualquer custo,
\nbuscando a tal \u2018felicidade\u2019
\nem caminhos eivados de desrespeito
\npara com o seu pr\u00f3ximo.<\/p>\n

Tenho vergonha de mim
\npela passividade em ouvir,
\nsem despejar meu verbo,
\na tantas desculpas ditadas
\npelo orgulho e vaidade,
\na tanta falta de humildade
\npara reconhecer um erro cometido,
\na tantos \u2018floreios\u2019 para justificar
\nactos criminosos,
\na tanta relut\u00e2ncia
\nem esquecer a antiga posi\u00e7\u00e3o
\nde sempre \u2018contestar\u2019,
\nvoltar atr\u00e1s
\ne mudar o futuro.
\nTenho vergonha de mim
\npois fa\u00e7o parte de um povo que n\u00e3o reconhe\u00e7o,
\nenveredando por caminhos
\nque n\u00e3o quero percorrer\u2026
\nTenho vergonha da minha impot\u00eancia,
\nda minha falta de garra,
\ndas minhas desilus\u00f5es
\ne do meu cansa\u00e7o.
\nN\u00e3o tenho para onde ir
\npois amo este meu ch\u00e3o,
\nvibro ao ouvir o meu Hino
\ne jamais usei a minha Bandeira
\npara enxugar o meu suor
\nou enrolar o meu corpo
\nna pecaminosa manifesta\u00e7\u00e3o de nacionalidade.
\nAo lado da vergonha de mim,
\ntenho tanta pena de ti,
\npovo brasileiro! – (texto de Cleide Canton)<\/p>\n

\u2018De tanto ver triunfar as nulidades,
\nde tanto ver prosperar a desonra,
\nde tanto ver crescer a injusti\u00e7a,
\nde tanto ver agigantarem-se os poderes
\nnas m\u00e3os dos maus,
\no homem chega a desanimar da virtude,
\nA rir-se da honra,
\na ter vergonha de ser honesto\u2019. – (Trecho de um discurso proferido por Rui Barbosa em 1914, no Senado Federal)<\/p>\n

(ap. Ely Silmar Vidal – Te\u00f3logo, Psicanalista, Jornalista e presidente do CIEP – Clube de Imprensa Estado do Paran\u00e1)<\/p>\n

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Mensagem 010618 – Sinto vergonha de mim – (imagens da internet)<\/p>\n

Que o Esp\u00edrito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irm\u00e3os, por isso contamos contigo.<\/p>\n

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