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{"id":3755,"date":"2016-07-08T19:44:48","date_gmt":"2016-07-08T22:44:48","guid":{"rendered":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/?p=3755"},"modified":"2016-07-08T19:44:48","modified_gmt":"2016-07-08T22:44:48","slug":"como-ler-a-biblia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/como-ler-a-biblia\/","title":{"rendered":"Como ler a B\u00edblia"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

Quando voc\u00ea l\u00ea um romance ou pe\u00e7a de teatro, n\u00e3o tem como julgar a verossimilhan\u00e7a das situa\u00e7\u00f5es e dos caracteres se antes n\u00e3o deixar que a trama o impressione e seja revivida interiormente como um sonho. Fic\u00e7\u00e3o \u00e9 isso: um sonho acordado dirigido. Como os personagens n\u00e3o existem fisicamente (mesmo que porventura tenham existido historicamente no passado), voc\u00ea s\u00f3 pode encontr\u00e1-los na sua pr\u00f3pria alma, como s\u00edmbolos de possibilidades humanas que est\u00e3o em voc\u00ea como est\u00e3o em todo mundo, mas que eles encarnam de maneira mais l\u00edmpida e exemplar, separada das conting\u00eancias que podem tornar obscura a experi\u00eancia de todos os dias. A leitura de fic\u00e7\u00e3o \u00e9 um exerc\u00edcio de autoconhecimento antes de poder ser an\u00e1lise liter\u00e1ria, atividade escolar ou mesmo divers\u00e3o: n\u00e3o \u00e9 divertido acompanhar uma hist\u00f3ria opaca, cujos lances n\u00e3o evocam as emo\u00e7\u00f5es correspondentes.<\/p>\n

A mesma exig\u00eancia vigora para os livros de Hist\u00f3ria, com o atenuante de que em geral o historiador j\u00e1 processou intelectualmente os dados e nos fornece um princ\u00edpio de compreens\u00e3o em vez da trama bruta dos acontecimentos. Se voc\u00ea n\u00e3o apreende os atos dos personagens hist\u00f3ricos como s\u00edmbolos investidos de verossimilhan\u00e7a psicol\u00f3gica, n\u00e3o tem a menor condi\u00e7\u00e3o de avaliar em seguida se s\u00e3o historicamente verdadeiros ou n\u00e3o. Um livro de Hist\u00f3ria tem de ser lido primeiro como fic\u00e7\u00e3o, s\u00f3 depois como realidade.<\/p>\n

O problema \u00e9 que nem sempre as possibilidades que dormem no fundo da nossa alma nos s\u00e3o conhecidas — e ent\u00e3o n\u00e3o podemos reconhec\u00ea-las quando aparecem na fic\u00e7\u00e3o ou na Hist\u00f3ria. O resultado \u00e9 que a narrativa se torna opaca. Pior ainda, voc\u00ea pode se deixar enganar por falsas semelhan\u00e7as, reduzindo os s\u00edmbolos da narrativa a sinais convencionais das possibilidades j\u00e1 conhecidas, sen\u00e3o a estere\u00f3tipos banais da atualidade. O reconhecimento interior n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 um exerc\u00edcio de mem\u00f3ria, mas um esfor\u00e7o s\u00e9rio para ampliar a imagina\u00e7\u00e3o de modo que ela possa abarcar mesmo as possibilidades mais extremas e inusitadas. Voc\u00ea n\u00e3o pode fazer isso se n\u00e3o se disp\u00f5e a descobrir na sua alma monstros, her\u00f3is e santos que jamais suspeitaria encontrar l\u00e1.<\/p>\n

Compreensivelmente, os monstros s\u00e3o mais f\u00e1ceis de descobrir do que os her\u00f3is e santos. O medo, o nojo, a raiva e o desprezo s\u00e3o emo\u00e7\u00f5es corriqueiras, e eles bastam para tornar veross\u00edmil o que quer que nos pare\u00e7a ser pior do que n\u00f3s mesmos. J\u00e1 aquilo que \u00e9 nobre e elevado s\u00f3 transparece a quem o ama, e esse amor traz imediatamente consigo um sentimento de dever, de obriga\u00e7\u00e3o, como no c\u00e9lebre soneto de Rilke em que a perfei\u00e7\u00e3o de uma est\u00e1tua de Apolo transcende a mera contempla\u00e7\u00e3o est\u00e9tica e convoca o observador a mudar de vida, a tornar-se melhor. A impress\u00e3o humilhante de n\u00e3o estar \u00e0 altura desse apelo produz quase automaticamente uma rea\u00e7\u00e3o negativa — o despeito. Negando a exist\u00eancia do melhor, reduzindo-o ao banal ou fazendo dele uma camuflagem enganosa do feio e do desprez\u00edvel, a alma encontra um al\u00edvio moment\u00e2neo para o seu orgulho ferido, restaurando uma auto-imagem tranq\u00fcilizante \u00e0 custa de encurtar miseravelmente a medida m\u00e1xima das possibilidades humanas.<\/p>\n

Se esse problema existe em qualquer livro de fic\u00e7\u00e3o ou de Hist\u00f3ria, imaginem na B\u00edblia, onde o personagem central \u00e9 o pr\u00f3prio Deus. Abrir-se ao chamado da perfei\u00e7\u00e3o divina \u00e9 trabalho para uma vida inteira e mais uns dias, e vem entremeado de inumer\u00e1veis derrotas e humilha\u00e7\u00f5es — mas sem isso voc\u00ea n\u00e3o compreender\u00e1 uma s\u00f3 palavra da B\u00edblia. Cem por cento do ate\u00edsmo militante consistem em despeito e incapacidade de leitura s\u00e9ria.<\/p>\n

Olavo de Carvalho – Jornal do Brasil 17\/01\/2008 -\/olavodecarvalho.org\/semana\/080117jb.html<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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