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{"id":3694,"date":"2016-06-21T04:48:09","date_gmt":"2016-06-21T07:48:09","guid":{"rendered":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/?p=3694"},"modified":"2016-06-21T04:48:09","modified_gmt":"2016-06-21T07:48:09","slug":"lava-jato-segundo-delator-odebrecht-comprou-um-banco-so-para-propinas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/lava-jato-segundo-delator-odebrecht-comprou-um-banco-so-para-propinas\/","title":{"rendered":"Lava Jato: Segundo delator, Odebrecht comprou um banco s\u00f3 para propinas"},"content":{"rendered":"

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Um dos executivos apontados como operadores de offshores do chamado “departamento de propina” da Odebrecht disse em depoimento \u00e0 for\u00e7a-tarefa da Lava Jato que a empreiteira controlou 42 contas offshores no exterior, sendo que a maior parte delas foi criada ap\u00f3s aquisi\u00e7\u00e3o da filial de um banco, o Meinl Bank Antigua, no fim de 2010.<\/p>\n

Vin\u00edcius Veiga Borin citou em dela\u00e7\u00e3o premiada transfer\u00eancias “suspeitas” das contas associadas \u00e0 Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milh\u00f5es. O delator \u00e9 o primeiro a falar em detalhes sobre as transa\u00e7\u00f5es internacionais do grupo por meio de offshores.<\/p>\n

Borin trabalhou em S\u00e3o Paulo na \u00e1rea comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010. Ele e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, ent\u00e3o executivos do Departamento de Opera\u00e7\u00f5es Estruturadas – nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo a Lava Jato – da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Ant\u00edgua, um para\u00edso fiscal no Caribe.<\/p>\n

A aquisi\u00e7\u00e3o envolveu ainda Ol\u00edvio Rodrigues J\u00fanior, respons\u00e1vel por intermediar a abertura das contas para a empreiteira no AOB. A participa\u00e7\u00e3o de 51% da filial da institui\u00e7\u00e3o financeira em Ant\u00edgua foi adquirida, segundo o relato, por US$ 3 milh\u00f5es mais quatro parcelas anuais de US$ 246 mil. Ao final da negocia\u00e7\u00e3o, o grupo passou a ter 67% do Meinl Bank Ant\u00edgua.<\/p>\n

A ‘conta’ Jo\u00e3o Santana s\u00f3 cresce<\/p>\n

o marqueteiro das campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz In\u00e1cio Lula da Silva (2006), teria recebido US$ 16,6 milh\u00f5es de tr\u00eas offshores usadas pelo “departamento de propinas” da Odebrecht.<\/p>\n

O valor \u00e9 quase o triplo do j\u00e1 rastreado no exterior pela Lava Jato na conta do marqueteiro com apoio de autoridades su\u00ed\u00e7as – US$ 6,4 milh\u00f5es. Al\u00e9m disso, a opera\u00e7\u00e3o identificou que Jo\u00e3o Santana e sua mulher e s\u00f3cia Monica Moura teriam recebido no Brasil outros R$ 23,5 milh\u00f5es.<\/p>\n

‘Chin\u00eas da 25 de Mar\u00e7o’<\/p>\n

Ao revelar detalhes sobre as transa\u00e7\u00f5es financeiras em offshores do “departamento de propinas” da Odebrecht no exterior, o executivo e delator da Lava Jato Vin\u00edcius Veiga Borin afirmou que dentre os respons\u00e1veis por fazer as entregas de dinheiro em esp\u00e9cie da empreiteira no Brasil estava um chin\u00eas apelidado de “drag\u00e3o” que atuava nas lojas da 25 de mar\u00e7o – tradicional centro comercial da capital paulista, e dois irm\u00e3os Adir e Samir apelidados de “kibe” e “esfirra”.<\/p>\n

As express\u00f5es “opera\u00e7\u00e3o drag\u00e3o” e “opera\u00e7\u00e3o kibe” s\u00e3o algumas das encontradas nas planilhas apreendidas pela Pol\u00edcia Federal na sede da empreiteira em Salvador durante as opera\u00e7\u00f5es Acaraj\u00e9 e Xepa, 23\u00aa e 26\u00aa fases da Lava Jato, respectivamente.<\/p>\n

A utiliza\u00e7\u00e3o de codinomes e siglas para se referir aos destinat\u00e1rios e at\u00e9 operadores de contas e respons\u00e1veis pela entrega de dinheiro era uma das pr\u00e1ticas do “departamento de propinas” da Odebrecht que os investigadores est\u00e3o se dedicando a desvendar.<\/p>\n

Representante<\/p>\n

Borin afirmou que o banco AOB come\u00e7ou a operar contas para a Odebrecht a partir de um pedido de Ol\u00edvio Rodrigues, que se disse representante da empreiteira e interessado em abrir contas no banco para movimentar recursos referentes a obras no exterior.<\/p>\n

Ele afirmou ainda que acredita que os recursos movimentados em grande parte pelas contras associadas \u00e0 Odebrecht “eram il\u00edcitos” ou n\u00e3o se referiam a pagamentos de fornecedores ou “relativos a obras da companhia”.<\/p>\n

Conforme o delator, com a aquisi\u00e7\u00e3o do banco, seu grupo e o dos executivos da Odebrecht passaram a dividir uma comiss\u00e3o de 2% sobre cada entrada de valor nas contas das offshores controladas por Ol\u00edvio. Da porcentagem, 0,5% ia para os tr\u00eas ex-executivos do AOB, 0,5% para a sede do banco em Viena e 1% para Ol\u00edvio, Soares e Migliaccio.<\/p>\n

A aquisi\u00e7\u00e3o, segundo Borin, inicialmente envolveu tamb\u00e9m Vanu\u00ea Faria, sobrinho do controlador do Grupo Petr\u00f3polis Valter Faria, que, de acordo com o delator, teve cerca de US$ 50 milh\u00f5es nas contas que mantinha no AOB bloqueados com a liquida\u00e7\u00e3o do banco. Entre o fim de 2011 e 2012, Vanu\u00ea vendeu sua participa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

No depoimento, o delator disse que nunca teve contatos com Marcelo Odebrecht ou outros executivos do grupo al\u00e9m dos citados. Borin afirmou que Migliacio e Felipe Montoro, outro representante da Odebrecht, sugeriram no ano passado que ele e os outros s\u00f3cios no Meinl Bank deixassem o Brasil em raz\u00e3o do avan\u00e7o da Lava Jato. Segundo o delator, citaram Ant\u00edgua, Portugal e Rep\u00fablica Dominicana e chegaram a pedir um plano de gastos com a mudan\u00e7a.<\/p>\n

“Que Felipe Montoro e Migliacio tinham uma grande preocupa\u00e7\u00e3o com os documentos do Meinl Bank, tendo aventado a possibilidade de comprarem o banco e o encerrarem em seguida para sumirem com a documenta\u00e7\u00e3o”, diz trecho do depoimento.<\/p>\n

Ol\u00edvio est\u00e1 preso e \u00e9 r\u00e9u na Lava Jato. Luiz Eduardo Soares tamb\u00e9m cumpre pris\u00e3o preventiva no Paran\u00e1. Ambos respondem por forma\u00e7\u00e3o de quadrilha e lavagem de dinheiro na Lava Jato por pagamentos da empreiteira no exterior e em esp\u00e9cie no Brasil para Santana e sua mulher. Migliaccio est\u00e1 preso na Su\u00ed\u00e7a e responde a processo no pa\u00eds europeu.<\/p>\n

Defesas<\/p>\n

Procurada pela reportagem, a Odebrecht informou, por meio de sua assessoria, que n\u00e3o iria se pronunciar sobre o depoimento. O advogado Fabio Tofic, que defende Santana, informou que s\u00f3 vai se manifestar sobre o caso perante a Justi\u00e7a. As defesas de Ol\u00edvio Rodrigues, de Valter Faria e Vanu\u00ea Faria n\u00e3o foram localizadas.<\/p>\n

Com informa\u00e7\u00f5es Estad\u00e3o Conte\u00fado -msn.com\/pt-br\/noticias\/crise-politica\/lava-jato-segundo-delator-odebrecht-comprou-um-banco-s%c3%b3-para-propinas\/ar-AAhkEo0?li=AAggXC1&ocid=iehp<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Um dos executivos apontados como operadores de offshores do chamado “departamento de propina” da Odebrecht disse em depoimento \u00e0 for\u00e7a-tarefa da Lava Jato que a empreiteira controlou 42 contas offshores no exterior, sendo que a maior parte delas foi criada ap\u00f3s aquisi\u00e7\u00e3o da filial de um banco, o Meinl Bank Antigua, no fim de 2010. … Continue lendo “Lava Jato: Segundo delator, Odebrecht comprou um banco s\u00f3 para propinas”<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_publicize_feature_enabled":true,"jetpack_social_post_already_shared":true,"jetpack_social_options":{"image_generator_settings":{"template":"highway","enabled":false}}},"categories":[3],"tags":[],"jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p6pIac-XA","jetpack-related-posts":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3694"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3694"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3694\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3696,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3694\/revisions\/3696"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3694"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3694"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3694"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}