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{"id":3342,"date":"2016-05-07T20:37:20","date_gmt":"2016-05-07T23:37:20","guid":{"rendered":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/?p=3342"},"modified":"2016-05-07T20:37:20","modified_gmt":"2016-05-07T23:37:20","slug":"ninguem-sabe-definir-a-felicidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/ninguem-sabe-definir-a-felicidade\/","title":{"rendered":"Ningu\u00e9m sabe definir a felicidade"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

\u201c[…] felicidade \u00e9 um fazer cont\u00ednuo;
\n\u00e9 o prazer de viver cotidianamente;
\n\u00e9 um trabalho de todos
\nos dias, n\u00e3o \u00e9 metaf\u00edsico.\u201d<\/p>\n

Em entrevista ao El Pais, o psiquiatra Boris Cyrulnik, aborda concep\u00e7\u00f5es relevantes sobre trauma, felicidade e determinismo.
\nPara o ph.D. traumas n\u00e3o determinam o futuro de uma pessoa e podem ser trabalhados e superados.
\nDe fato, o psicanlista \u00e9 considerado o pai da resili\u00eancia, termo em voga e que ele mesmo define como: \u201cRetomar um novo desenvolvimento ap\u00f3s uma agonia ps\u00edquica e traum\u00e1tica\u201d – (Rafael Koscianski Vidal – CONIPSI – Conselho Internacional de Psican\u00e1lise)
\nBoris Cyrulnik decidiu que queria ser psiquiatra aos 11 anos. Viu nessa ci\u00eancia da alma, como ele mesmo define, a possibilidade de tentar entender a loucura do nazismo. Quando tinha seis anos, quatros oficiais alem\u00e3es armados cercaram sua cama e o levaram preso. Demorou a compreender que aquilo ocorreu porque era judeu.
\nRecuperar pessoas que sofreram um trauma infantil. Isso acabou se transformando, anos mais tarde, na miss\u00e3o de sua vida. E, de fato, ele \u00e9 considerado um dos pais da resili\u00eancia, termo agora t\u00e3o em voga que indica a capacidade de voltar \u00e0 vida ap\u00f3s passar por um trauma.
\nPsiquiatra, neuropsiquiatra, psicanalista, pesquisador e etn\u00f3logo franc\u00eas (de origem russa), mostrou em 2001 com Os Patinhos Feios que uma inf\u00e2ncia infeliz n\u00e3o precisa determinar uma vida: os traumas podem ser trabalhados, podem ser superados.
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\nNascido em 1937 em Bordeaux, resgatado da orfandade \u2013 seus pais morreram na guerra \u2013 por uma tia, apresenta agora As Almas Feridas (Gedisa, 2015), obra na qual destila o saber dos anos dedicados a curar feridas. Em uma sala do Instituto Franc\u00eas de Barcelona, concede essa entrevista horas antes de pronunciar uma confer\u00eancia.
\nPergunta. O senhor definiu a resili\u00eancia como \u201ca arte de navegar nas enxurradas\u201d em seu livro de 2001, Os Patinhos Feios. Em 2012, em Paris, no primeiro congresso sobre resili\u00eancia, foi definida como \u201ca volta \u00e0 vida ap\u00f3s um trauma psicol\u00f3gico\u201d. Qual defini\u00e7\u00e3o prefere?
\nResposta. Sim, a defini\u00e7\u00e3o evoluiu. A met\u00e1fora \u00e9: somos empurrados a uma enxurrada por uma desgra\u00e7a da vida; alguns se deixam arrastar e atingir, outros se debatem e, com um pouco de sorte, colocam-se novamente a salvo. Quando come\u00e7amos com nossos trabalhos sobre a resili\u00eancia em Toulon chegamos a uma defini\u00e7\u00e3o que \u00e9: \u201cRetomar um novo desenvolvimento ap\u00f3s uma agonia ps\u00edquica e traum\u00e1tica\u201d.<\/p>\n

P. Em As Almas Feridas o senhor diz que existem 4.641 documentos e 1.023 teses de doutorado sobre resili\u00eancia somente na Fran\u00e7a. \u00c9 poss\u00edvel falar de uma moda, de um exagero do termo, como o senhor j\u00e1 disse?
\nR. Sim, tem ocorrido um efeito de moda na resili\u00eancia que gerou um exagero no uso da palavra. Aconteceu com a psican\u00e1lise, com a gen\u00e9tica; acontece sempre que um conceito entra muito rapidamente na cultura: todo mundo adota essa palavra e dilui seu significado. O exagero da psican\u00e1lise fez com que Freud fosse taxado como um obsessivo sexual e a psican\u00e1lise como imoral; no caso da resili\u00eancia: o exagero sem\u00e2ntico fez com que se diga que resili\u00eancia significa que \u00e9 poss\u00edvel curar-se de tudo. E eu nunca utilizo o termo curar. Al\u00e9m disso, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel curar-se de tudo. Mas se nada for feito, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel curar-se de nada. Se algo for feito, \u00e0s vezes melhora-se um pouco, mesmo que nem sempre.<\/p>\n

P. O senhor afirma que a resili\u00eancia ajuda a vencer preconceitos. Contra quais preconceitos o senhor luta?
\nR. Contra o determinismo biol\u00f3gico e sociol\u00f3gico \u00fanicos: \u201cFoi maltratado, ir\u00e1 maltratar\u201d. Se for abandonado, pode ser que repita esse comportamento em 30% dos casos. Se essas crian\u00e7as forem abandonadas, existe uma maldi\u00e7\u00e3o. Se forem apoiadas, n\u00e3o.<\/p>\n

O problema do s\u00e9culo XXI ser\u00e1 a submiss\u00e3o \u00e0s m\u00e1quinas
\nP. O mesmo deve acontecer com os refugiados que chegam \u00e0 Europa. Muitos passaram por situa\u00e7\u00f5es extremamente traum\u00e1ticas. A resposta das sociedades que os abrigam determinar\u00e1 a supera\u00e7\u00e3o de seu trauma.
\nR. Podemos massacr\u00e1-los, como em Calais, e transform\u00e1-los em delinquentes. Ou podemos salvar muitos deles. Quando a imigra\u00e7\u00e3o \u00e9 volunt\u00e1ria existem poucos traumas ps\u00edquicos. Mas na maior parte do tempo, a imigra\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 desejada. As pessoas s\u00e3o expulsas de seus pa\u00edses; fogem para n\u00e3o morrer.<\/p>\n

P. O senhor cita em seu livro o psiquiatra Henry Ey, que dizia que o homem n\u00e3o \u00e9 mais do que a natureza que ele enfrenta. Como o senhor v\u00ea o homem nesse come\u00e7o de s\u00e9culo?
\nR. A vergonha do s\u00e9culo XX foram as guerras mundiais e os genoc\u00eddios: genoc\u00eddio arm\u00eanio, genoc\u00eddio judeu, genoc\u00eddio ruand\u00eas, e outros. S\u00e3o consequ\u00eancia das tecnologias, as guerras mundiais foram terr\u00edveis por culpa da tecnologia. O problema do s\u00e9culo XXI ser\u00e1 a submiss\u00e3o \u00e0s m\u00e1quinas.<\/p>\n

P. Por que?
\nN\u00e3o existe biografia sem feridas. Todo mundo, em maior ou menor medida, atravessa a vida recebendo golpes
\nR. A Internet \u00e9 um instrumento de comunica\u00e7\u00e3o assombroso. Mas tamb\u00e9m existe muito lixo na Internet. Existe um progresso fant\u00e1stico do conhecimento, mas tamb\u00e9m o desenvolvimento da dela\u00e7\u00e3o e da difama\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

P. O senhor falou em Os Patinhos Feios que as vit\u00f3rias no campo dos Direitos Humanos e da tecnologia nos fazem acreditar na possibilidade da erradica\u00e7\u00e3o do sofrimento. Mas o sofrimento faz parte da vida, n\u00e3o?
\nR. Os m\u00e9dicos, os psiquiatras, os psic\u00f3logos, s\u00e3o curadores; escolhemos essas profiss\u00f5es para curar; somos artes\u00e3os, n\u00e3o somos sempre cientistas. A vit\u00f3ria da tecnologia nos fez acreditar que ir\u00edamos lutar contra as injusti\u00e7as sociais, mas cada vez existem mais.<\/p>\n

P. Quais s\u00e3o as feridas mais dif\u00edceis de curar?
\nR. \u00c9 preciso fugir da ideia de Descartes de que uma causa produz um efeito. Morte a Descartes! \u00c9 preciso dizer: antes da ferida; durante a ferida; ap\u00f3s a ferida. Antes da ferida: o que nos permite adquirir fatores que possam nos proteger de uma eventual ferida? N\u00e3o existe biografia sem feridas. Todo mundo, em maior ou menor medida, atravessa a vida recebendo golpes. Se algu\u00e9m, desde pequeno, conta com um porto seguro, cultiva a confian\u00e7a em si pr\u00f3prio, consegue superar uma desgra\u00e7a porque sua mem\u00f3ria lhe diz que \u00e9 poss\u00edvel seguir em frente. O sofrimento \u00e9 menor se o golpe vem de algu\u00e9m estranho \u00e0 pessoa do que de algu\u00e9m pr\u00f3ximo. Quando era crian\u00e7a minha fam\u00edlia foi destru\u00edda pelo nazismo; e eu quase fui destru\u00eddo; o golpe veio de estranhos e eu me senti protegido pelos justos, pelos franceses n\u00e3o judeus que me abrigaram.<\/p>\n

O jihadismo diz o que os crist\u00e3os disseram durante muito tempo: morra primeiro, seja feliz depois
\nP. Se as desgra\u00e7as, na exist\u00eancia, s\u00e3o inevit\u00e1veis, projetamos ent\u00e3o uma ideia falsa da felicidade na sociedade ocidental hoje em dia?
\nR. Ningu\u00e9m sabe definir a felicidade. Durante muito tempo a passagem pela terra era o vale de l\u00e1grimas entre dois para\u00edsos: o para\u00edso perdido, por culpa do conhecimento; e o para\u00edso poss\u00edvel, que podemos ganhar ap\u00f3s nossa morte, obedecendo \u00e0s leis divinas. Entre os dois para\u00edsos existia o sofrimento. O s\u00e9culo XIX e a revolu\u00e7\u00e3o francesa mudaram essa no\u00e7\u00e3o da felicidade. Se acreditamos que a felicidade \u00e9 metaf\u00edsica, acreditamos que pode vir somente ap\u00f3s nossa vida, ap\u00f3s nossa morte. \u00c9 o que acontece com os jihadistas. O jihadismo diz o que os crist\u00e3os disseram durante muito tempo: morra primeiro, seja feliz depois.<\/p>\n

P. Como o senhor v\u00ea o futuro dessa sociedade que nos vende essa ideia de felicidade que n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o f\u00e1cil de conseguir?
\nR. Uma das solu\u00e7\u00f5es propostas foram os rem\u00e9dios. A droga \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o falsa: tome medicamentos para ser feliz. Sabemos agora que a felicidade \u00e9 um fazer cont\u00ednuo; \u00e9 o prazer de viver cotidianamente; \u00e9 um trabalho de todos os dias, n\u00e3o \u00e9 metaf\u00edsico. O artesanato da felicidade cotidiana \u00e9 feito dia a dia.
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\u201c[…] felicidade \u00e9 um fazer cont\u00ednuo; \u00e9 o prazer de viver cotidianamente; \u00e9 um trabalho de todos os dias, n\u00e3o \u00e9 metaf\u00edsico.\u201d Em entrevista ao El Pais, o psiquiatra Boris Cyrulnik, aborda concep\u00e7\u00f5es relevantes sobre trauma, felicidade e determinismo. Para o ph.D. traumas n\u00e3o determinam o futuro de uma pessoa e podem ser trabalhados e … Continue lendo “Ningu\u00e9m sabe definir a felicidade”<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_publicize_feature_enabled":true,"jetpack_social_post_already_shared":true,"jetpack_social_options":{"image_generator_settings":{"template":"highway","enabled":false}}},"categories":[3],"tags":[],"jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p6pIac-RU","jetpack-related-posts":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3342"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3342"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3342\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3344,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3342\/revisions\/3344"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3342"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3342"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3342"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}