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1\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O: Todos s\u00e3o livres para projetar o que quer ser, livres para construir sua ess\u00eancia e determinar seu \u201cdestino\u201d. Se algu\u00e9m falir foi porque, consciente ou inconscientemente, escolheu a fal\u00eancia. Se for bem sucedido, escolheu o sucesso. Refor\u00e7a Sartre \u201cO Ser Humano \u00e9 t\u00e3o-somente, n\u00e3o apenas como ele se concebe, mas tamb\u00e9m como ele se quer… Nada mais \u00e9 do que aquilo que ele faz de si mesmo… \u00c9 aquilo que se projeta num futuro e que tem consci\u00eancia de estar se projetando no futuro\u201d. Numa frase, Mondin define a quest\u00e3o da liberdade para o ser humano escolher a sua forma de vida: \u201ctodos s\u00e3o livres at\u00e9 para deixar de ser livre\u201d. Para Nietzsche \u201ca liberdade n\u00e3o \u00e9 mais que a aceita\u00e7\u00e3o consciente de um destino\u201d. O homem libertado de v\u00ednculos despreza qualquer verdade estabelecida ou por estabelecer, est\u00e1 apto a se exprimir em todos os seus atos, \u00e9 senhor de si mesmo. A liberdade para determinar como se quer viver depende unicamente de como se pensa ou procede. Compartilha destes conceitos, o pensamento de K. Marx, S. Freud, Montesquieu, Rousseau, Voltaire e Foucault. Mas o primeiro a pensar assim foi Epicuro, suas id\u00e9ias serviram de antecedentes para os pensadores modernos (Carreiro A. A. Hipnose Etiologia e Praxis. SP, Editora Fi\u00faza, 1999).
\n2\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O: Boa parte dos equ\u00edvocos da medicina ocidental reside no fato de se ter priorizado a t\u00e9cnica e a teoria cient\u00edfica como onipotente e posto de lado tudo aquilo que \u00e9 subjetivo, mut\u00e1vel, complexo, vari\u00e1vel, n\u00e3o cient\u00edfico, mas estas caracter\u00edsticas que se abandona s\u00e3o precisamente os atributos que talvez melhor represente a humanidade. Parece necess\u00e1rio e at\u00e9 imprescind\u00edvel se estabelecer tamb\u00e9m esses v\u00ednculos de subjetividade na rela\u00e7\u00e3o m\u00e9dico-paciente, considerar as emo\u00e7\u00f5es como parte integrante do processo de cura. Neste caso o uso da hipnose, se destitu\u00edda de mitos e preconceitos, pode ser concebida como uma pr\u00e1tica m\u00e9dica, oferecendo contribui\u00e7\u00f5es para o atual modelo cl\u00ednico dispor de pr\u00e1ticas bem humanizadas e promotoras de sa\u00fade (Carreiro, A. A. Hipnose & Sa\u00fade psicossom\u00e1tica. Ba, Editora JM, 2014)
\n3\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O: Na busca da interpreta\u00e7\u00e3o acad\u00eamica do que pode ser a hipnose e, principalmente, seu envolvimento com pr\u00e1ticas terap\u00eauticas, a hermen\u00eautica ganha relev\u00e2ncia. Analisar e interpretar suas m\u00faltiplas faces s\u00e3o caminhos obrigat\u00f3rios e t\u00eam como ponto de partida a reflex\u00e3o dial\u00e9tica com base na diversidade e transversalidade dos saberes at\u00e9 ent\u00e3o acumulados. \u00c9 um tema que transcende em sua complexidade os limites das suas pr\u00f3prias explica\u00e7\u00f5es, seu estudo \u00e9 permeado pela emo\u00e7\u00e3o e pela intui\u00e7\u00e3o, duas vari\u00e1veis que v\u00e3o al\u00e9m do paradigma da raz\u00e3o e da verdade cient\u00edfica atual (Carreiro, A. A. Hipnose & Sa\u00fade psicossom\u00e1tica. Ba, Editora JM, 2014).
\n4\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O:A hipnose ainda \u00e9 interpretada pelo lado m\u00e1gico, traz reminisc\u00eancias da tradi\u00e7\u00e3o do pensamento m\u00edtico ou tem por base a tutela das explica\u00e7\u00f5es prontas e acabadas impostas pela disciplina do conhecimento religioso, transmitida pelo magist\u00e9rio da Igreja, num tempo em que a ci\u00eancia, filosofia e religi\u00e3o conviviam juntas. Por isso, \u00e9 geralmente pr\u00e9-conceituada por vis\u00f5es equivocadas e at\u00e9 j\u00e1 superadas. Se n\u00e3o pode ser vinculada \u00e0 religi\u00e3o, a hipnose tamb\u00e9m n\u00e3o se fundamenta na raz\u00e3o pura da l\u00f3gica cientifica, principalmente porque sua pr\u00e1tica trabalha com a emo\u00e7\u00e3o. Mas seja qual for sua concep\u00e7\u00e3o explicativa ou forma como se manifesta, parece que \u00e9 um recurso natural para responder quest\u00f5es complicadas sobre a pr\u00e1tica milenar da autocura. Seu uso pode ser um caminho da liberdade que cada um tem para conduzir sua pr\u00f3pria vida, determinando a\u00e7\u00f5es e sentimentos, sem necessidade de recorrer \u00e0s teorias convencionais, credos, religi\u00f5es ou filosofias (Carreiro A. A. Antropologia & Espiritualidade. Ba, Editora JB, 2014).
\n5\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O: \u00c9 poss\u00edvel que os efeitos hipn\u00f3ticos sejam incompreens\u00edveis porque ainda n\u00e3o se tem o desenvolvimento da percep\u00e7\u00e3o e do conhecimento suficiente para entend\u00ea-los, mas isso n\u00e3o justifica que se deve aceitar qualquer resposta como consolo pela incapacidade de vis\u00e3o do real. A explica\u00e7\u00e3o pela vertente religiosa parece complexa por reunir valores de f\u00e9 e doutrina\u00e7\u00e3o, envolvendo a\u00ed conceitos de Deus e milagres tanto na vida particular como p\u00fablica. Assim, para analisar a hipnose neste contexto, \u00e9 necess\u00e1rio recriar as rela\u00e7\u00f5es entre a f\u00e9 e a raz\u00e3o, f\u00e9 e sociedade. \u00c9 preciso esbo\u00e7ar uma nova compreens\u00e3o e novo discurso sobre Deus que n\u00e3o pode ser apenas percebido por uma concep\u00e7\u00e3o fechada, vindo dos c\u00e9us e determinado pelas religi\u00f5es que sempre serviram de instrumento de domina\u00e7\u00e3o e controle sobre a mente e a liberdade de pensamento (Carreiro, A. A. Antropologia e Espiritualidade. Ba, JM, 2013). Via Antonio Carreiro<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

1\u00aa PROVOCA\u00c7\u00c3O: Todos s\u00e3o livres para projetar o que quer ser, livres para construir sua ess\u00eancia e determinar seu \u201cdestino\u201d. Se algu\u00e9m falir foi porque, consciente ou inconscientemente, escolheu a fal\u00eancia. Se for bem sucedido, escolheu o sucesso. Refor\u00e7a Sartre \u201cO Ser Humano \u00e9 t\u00e3o-somente, n\u00e3o apenas como ele se concebe, mas tamb\u00e9m como ele … Continue lendo “HIPNOSE – (Carmen Viana – 03\/11\/2015)”<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":"","jetpack_publicize_message":"","jetpack_publicize_feature_enabled":true,"jetpack_social_post_already_shared":true,"jetpack_social_options":{"image_generator_settings":{"template":"highway","enabled":false}}},"categories":[3],"tags":[],"jetpack_publicize_connections":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":false,"jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p6pIac-Eq","jetpack-related-posts":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2506"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2506"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2506\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":2508,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2506\/revisions\/2508"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2506"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2506"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.elyvidal.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2506"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}