<\/a><\/p>\n

Os rumos que seguimos apontam para a probabilidade de guerra intestina.
\nFalta ainda homologar no Congresso e unir as v\u00e1rias reservas ind\u00edgenas em uma gigantesca, e declarar sua independ\u00eancia. Isto n\u00e3o poderemos tolerar. Ou se corrige a situa\u00e7\u00e3o agora ou nos preparemos para a guerra.
\nQuase t\u00e3o problem\u00e1tica quanto a quest\u00e3o ind\u00edgena \u00e9 a quilombola. Talvez desejem come\u00e7ar uma revolu\u00e7\u00e3o comunista com uma guerra racial.
\nO MST se desloca como um ex\u00e9rcito de ocupa\u00e7\u00e3o. As invas\u00f5es do MST s\u00e3o toleradas, e a lei n\u00e3o aplicada. Os produtores rurais, desesperan\u00e7ados de obter justi\u00e7a, terminar\u00e3o por reagir. Talvez seja isto que o MST deseja: a convuls\u00e3o social. Este conflito parece inevit\u00e1vel.
\nO ambientalismo, o indianismo, o movimento quilombola, o MST, o MAB e outros similares criaram tal antagonismo com a sociedade nacional, que ser\u00e1 preciso muita habilidade e firmeza para evitar que degenere em conflitos sangrentos.<\/p>\n

Pela primeira vez em muito tempo, est\u00e1 havendo alguma discuss\u00e3o sobre a seguran\u00e7a nacional. Isto \u00e9 bom, mas sem identificarmos corretamente as amea\u00e7as, n\u00e3o h\u00e1 como nos preparar para enfrent\u00e1-las.
\nA crise econ\u00f4mica e a escassez de recursos naturais poder\u00e3o conduzir as grandes pot\u00eancias a tom\u00e1-los a manu militari, mas ainda mais prov\u00e1vel e at\u00e9 mais perigosa pode ser a amea\u00e7a de convuls\u00e3o interna provocada por tr\u00eas componentes b\u00e1sicos:
\n\u2014 a divis\u00e3o do povo brasileiro em etnias hostis;
\n\u2014 os conflitos potenciais entre produtores agr\u00edcolas e os movimentos dito sociais;
\n\u2014 e as irreconcili\u00e1veis diverg\u00eancias entre ambientalistas e desenvolvimentistas.<\/p>\n

Em certos momentos chega a ser evidente a demoli\u00e7\u00e3o das estruturas pol\u00edticas, sociais, psicol\u00f3gicas e religiosas, da nossa P\u00e1tria, constru\u00eddas ao largo de cinco s\u00e9culos de civiliza\u00e7\u00e3o crist\u00e3. Depois, sem tanto alvoro\u00e7o, prossegue uma fase de consolida\u00e7\u00e3o antes de nova investida.
\nIsto ainda pode mudar, mas infelizmente os rumos que seguimos apontam para a probabilidade de guerra intestina. Em havendo, nossa desuni\u00e3o nos prostrar\u00e1 inermes, sem for\u00e7as para nos opormos eficazmente \u00e0s pretens\u00f5es estrangeiras.
\nA amea\u00e7a de conflitos \u00e9tnicos, a mais perigosa pelo car\u00e1ter separatista
\nA multiplica\u00e7\u00e3o das reservas ind\u00edgenas, exatamente sobre as maiores jazidas minerais, usa o pretexto de conservar uma cultura neol\u00edtica (que nem existe mais), mas visa mesmo a cria\u00e7\u00e3o de “uma grande na\u00e7\u00e3o” ind\u00edgena. Agora mesmo assistimos, sobre as brasas ainda fumegantes da Raposa-serra do Sol, o an\u00fancio da cria\u00e7\u00e3o da reserva Anaro, que unir\u00e1 a Raposa\/S\u00e3o Marcos \u00e0 Ianom\u00e2mi. Posteriormente a Marabitanas unir\u00e1 a Ianom\u00e2mi \u00e0 Balaio\/Cabe\u00e7a do Cachorro, englobando toda a fronteira Norte da Amaz\u00f4nia Ocidental e suas riqu\u00edssimas serras prenhes das mais preciosas jazidas.
\nO problema \u00e9 mais profundo do que parece; n\u00e3o \u00e9 apenas a ambi\u00e7\u00e3o estrangeira. Est\u00e1 tamb\u00e9m em curso um projeto de porte continental sonhado pela utopia neomission\u00e1ria tribalista. O trabalho de demoli\u00e7\u00e3o dos atuais Estado-na\u00e7\u00f5es visa a constru\u00e7\u00e3o, em seu lugar, da Nuestra Am\u00e9rica, ou Abya Yala, idealizado provavelmente pelos grandes grupos financistas com sede em Londres, que n\u00e3o se acanha de utilizar quer os sentimentos religiosos quer a sede de justi\u00e7a social das massas para conservar e ampliar seus dom\u00ednios. O CIMI, organismo subordinado \u00e0 CNBB, n\u00e3o cuida da evangeliza\u00e7\u00e3o dos povos ind\u00edgenas segundo o esp\u00edrito de N\u00f3brega, Anchieta e outros construtores de nossa na\u00e7\u00e3o. Como adeptos da Teologia da Liberta\u00e7\u00e3o, est\u00e3o em conson\u00e2ncia com seus colegas que atuam no continente, todos empenhados na fermenta\u00e7\u00e3o revolucion\u00e1ria do projeto comuno-mission\u00e1rio Abya Yala.
\nO processo n\u00e3o se restringe ao nosso Pa\u00eds, mas al\u00e9m das a\u00e7\u00f5es do CIMI, a atua\u00e7\u00e3o estrangeira est\u00e1 clara:
\n\u2014 Identifica\u00e7\u00e3o das jazidas: j\u00e1 feito;
\n\u2014 atra\u00e7\u00e3o dos silv\u00edcolas e cria\u00e7\u00e3o das reservas sobre as jazidas: j\u00e1 feito;
\n\u2014 conseguir a demarca\u00e7\u00e3o e homologa\u00e7\u00e3o: j\u00e1 feito na maior parte;
\n\u2014 colocar na nossa Constitui\u00e7\u00e3o que tratados e conven\u00e7\u00f5es internacionais assinados e homologados pelo congresso teriam for\u00e7a constitucional, portanto acima das leis comuns: j\u00e1 feito;
\n\u2014 assinatura pelo Itamarati de conven\u00e7\u00e3o que virtualmente d\u00e1 autonomia \u00e0 comunidades ind\u00edgenas: j\u00e1 feito.<\/p>\n

Falta ainda homologar no congresso e unir as v\u00e1rias reservas em uma gigantesca e declarar a independ\u00eancia, e isto n\u00e3o poderemos tolerar. Ou se corrige a situa\u00e7\u00e3o agora ou nos preparemos para a guerra.
\nO perigo n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico, mas \u00e9 bastante real. Pode, por si s\u00f3, criar ocasi\u00e3o prop\u00edcia ao desencadeamento de interven\u00e7\u00f5es militares pelas pot\u00eancias carentes dos recursos naturais \u2014 petr\u00f3leo e min\u00e9rios, quando o Brasil reagir.
\nQuase t\u00e3o problem\u00e1tica quanto a quest\u00e3o ind\u00edgena \u00e9 a quilombola
\nA UnB foi contratada pelo Governo para fazer o mapa dos quilombolas. Por milagre, em todos os lugares, apareceram “quilombolas”. No Esp\u00edrito Santo cidades inteiras, amea\u00e7adas de despejo. Da mesma forma em Pernambuco. A fronteira no Par\u00e1 virou um quilombo inteiro.
\nQual o processo? Apareceram uns barbudos depiercings no nariz, perguntando aos afro-descendentes: “O senhor mora aqui?” “Moro.” “Desde 1988?” (o quilombola que residisse no dia da promulga\u00e7\u00e3o da Constitui\u00e7\u00e3o teria direito \u00e0 escritura). “Sim”. “Quem morava aqui?” “Meu av\u00f4.” “Seu av\u00f4 por acaso pescava e ca\u00e7ava por aqui?” “Sim” “At\u00e9 onde?” “Ah, ele ia l\u00e1 na cabeceira do rio, l\u00e1 naquela montanha.” “Tudo \u00e9 seu.” E escrituras centen\u00e1rias perdem o valor baseado num direito que n\u00e3o existe. N\u00e3o tenho certeza de que isto n\u00e3o seja proposital para criar conflitos.<\/p>\n

Tem gente se armando, tem gente se preparando para uma guerra. Temos de abrir o olho tamb\u00e9m para esse processo, que conduz ao \u00f3dio racial. Normalmente esquerdistas, talvez desejem come\u00e7ar uma revolu\u00e7\u00e3o comunista com uma guerra racial.
\nCertamente isto vai gerar conflitos, mas at\u00e9 agora o movimento quilombola n\u00e3o deu sinal de separatismo.<\/p>\n

Os Conflitos Rurais \u2014 talvez os primeiros a eclodir
\nO MST se desloca como um ex\u00e9rcito de ocupa\u00e7\u00e3o, mobilizando uma grande massa de miser\u00e1veis (com muitos oportunistas), dirigidos por uma lideran\u00e7a em parte clandestina. As invas\u00f5es do MST s\u00e3o toleradas e a lei n\u00e3o aplicada. Mesmo ciente da pretens\u00e3o do MST de criar uma “zona livre”, uma “rep\u00fablica do MST” na regi\u00e3o do Pontal do Paranapanema, o Governo s\u00f3 contemporiza; finge n\u00e3o perceber que o MST n\u00e3o quer receber terras, quer invadi-las e tende a realizar a\u00e7\u00f5es cada vez mais audaciosas.
\n\u00c9 claro que os produtores rurais, desesperan\u00e7ados de obter justi\u00e7a, terminar\u00e3o por reagir. Talvez seja isto que o MST deseja; a convuls\u00e3o social, contando, talvez, com o apoio de setores governamentais como o Minist\u00e9rio do Desenvolvimento Agr\u00e1rio. Segundo Pedro St\u00e9dile: “O interior do Brasil pode transformar-se em uma Col\u00f4mbia. A situa\u00e7\u00e3o sair\u00e1 de controle, haver\u00e1 convuls\u00f5es sociais e a sociedade se desintegrar\u00e1.”
\nEste conflito parece inevit\u00e1vel. Provavelmente ocorrer\u00e1 num pr\u00f3ximo governo, mas se ficar evidente a derrota do PT antes das elei\u00e7\u00f5es, \u00e9 prov\u00e1vel que o MST desencadeie suas opera\u00e7\u00f5es antes mesmo da nova posse.<\/p>\n

O ambientalismo distorcido, principal pretexto para uma futura interven\u00e7\u00e3o estrangeira
\nJ\u00e1 \u00e9 consenso que o ambientalismo est\u00e1 sendo usado para impedir o progresso, mesmo matando os empregos Caso se imponham os esquemas delirantes dos ambientalistas dentro do governo, com as restri\u00e7\u00f5es de uso da terra para produ\u00e7\u00e3o de alimentos, um ter\u00e7o do territ\u00f3rio do Pa\u00eds ficar\u00e1 interditado a atividades econ\u00f4micas modernas.
\nH\u00e1 rea\u00e7\u00f5es, dos ruralistas no interior do Pa\u00eds, nas elites produtivas e at\u00e9 mesmo em setores do governo, mas as press\u00f5es estrangeiras tendem a se intensificar. Se bem que raramente o meio ambiente serviu de motivo para guerra, hoje claramente est\u00e1 sendo pretexto para futuras interven\u00e7\u00f5es, naturalmente encobrindo o verdadeiro motivo, a disputa pelos escassos recursos naturais.
\nNo momento em que a fome ronda o mundo, o movimento ambientalista, a servi\u00e7o do estrangeiro, mas com respaldo do governo e com apoio de uma massa urbana iludida, chama de “terra devastada” \u00e0queles quadrados verdejantes de \u00e1rea cultivada, que apreciamos ver na Europa e nos Estados Unidos, e impede a constru\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tricas para salvar os bagres. Com a entrada da Marina Silva na disputa eleitoral, nota-se, lamentavelmente, que todos os candidatos passar\u00e3o a defender o ambientalismo, sem pensar se \u00e9 \u00fatil para o Pa\u00eds.<\/p>\n

A tr\u00eas passos da guerra civil
\nO ambientalismo, o indianismo, o movimento quilombola, o MST, o MAB e outros similares criaram tal antagonismo com a sociedade nacional, que ser\u00e1 preciso muita habilidade e firmeza para evitar que degenere em conflitos sangrentos.
\nV\u00e1rias fontes de conflito est\u00e3o para estourar, dependendo da radicaliza\u00e7\u00e3o das m\u00e1s medidas, particularmente do Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a:<\/p>\n

\u2014 Roraima n\u00e3o est\u00e1 totalmente pacificada;
\n\u2014 o Mato Grosso do Sul anuncia revolta em fun\u00e7\u00e3o da decis\u00e3o da Funai em criar l\u00e1 novas reservas ind\u00edgenas;
\n\u2014 no Rio Grande, os produtores rurais pretendem reagir \u00e0s provoca\u00e7\u00f5es do MST;
\n\u2014 Santa Catarina amea\u00e7a usar a PM para conter a f\u00faria ambientalista do ministro Minc, que queria destruir toda a planta\u00e7\u00e3o de ma\u00e7\u00e3.<\/p>\n

Uma vez iniciado um conflito, tudo indica que se expandir\u00e1 como um rastilho de p\u00f3lvora. Este quadro, preocupante j\u00e1 por si, fica agravado pela quase certeza de que, na atual conjuntura da crise mundial o nosso Pa\u00eds sofrer\u00e1 press\u00f5es para ceder suas riquezas naturais \u2014 petr\u00f3leo, min\u00e9rios e at\u00e9 terras cultiv\u00e1veis \u2014 e estando dividido sabemos o que acontecer\u00e1, mais ainda quando uma das fac\u00e7\u00f5es se coloca ao lado dos advers\u00e1rios como j\u00e1 demonstrou o MST no caso de Itaipu.<\/p>\n

Bem, ainda temos For\u00e7as Armadas, mas segundo as \u00faltimas not\u00edcias, o Ex\u00e9rcito (que \u00e9 o mais importante na defesa interna) ter\u00e1 seu efetivo reduzido. Ser\u00e1 proposital?
\nQue Deus guarde a todos voc\u00eas.
\nO cel. Gelio Fregapani \u00e9 escritor, atuou na \u00e1rea do servi\u00e7o de intelig\u00eancia na regi\u00e3o Amaz\u00f4nica, elaborou relat\u00f3rios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amaz\u00f4nia.
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